Economia

Brasil vai ser 5ª economia do mundo antes de 2015, diz Mantega

Ministro da Fazenda destacou que a velocidade de crescimento do País é o dobro da registrada na Europa e disse esperar melhora nas condições econômicas do Brasil em 2012


Ricardo Leopoldo, da Agência Estado
SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira, 27, que em menos de quatro anos o Brasil será a quinta maior economia do mundo, em termos de Produto Interno Bruto (PIB), superando a França. "O FMI prevê que o Brasil será a quinta economia em 2015, mas acredito que isso ocorrerá antes", disse.

O ministro ponderou, no entanto, que ainda é preciso melhorar o padrão de vida da população para que fique perto do que é registrado pelos países mais ricos do mundo - Ueslei Marcelino/Reuters
Ueslei Marcelino/Reuters
O ministro ponderou, no entanto, que ainda é preciso melhorar o padrão de vida da população para que fique perto do que é registrado pelos países mais ricos do mundo

Mantega ressaltou que a velocidade de crescimento do Brasil é o dobro da registrada pelos países europeus. "Portanto, é inexorável que nós passemos a França e no futuro, quem sabe, a Alemanha, se ela não tiver um desempenho melhor", disse. O ministro reafirmou que de 2003 a 2010, o crescimento do País ficou ao redor de 4% e que, em 2012, esse patamar será retomado, pois estima que o PIB deve avançar de 4% a 5%.

Ontem, o jornal britânico The Guardian, citando um estudo do Centro de Pesquisa para Economia e Negócios (CEBR, em inglês), indicou que o País já é a sexta economia global, à frente do Reino Unido.

O ministro ressaltou que o Brasil está no caminho certo, pois tem um alto nível de geração de emprego, inflação sob controle, "está na vanguarda do crescimento" e deve apresentar condições econômicas melhores em 2012 do que neste ano. "O importante é que estaremos crescendo mais em 2012 do que em 2011", comentou. "O câmbio estará melhor e o crédito estará mais barato".

Questionado pela Agência Estado se os juros também estarão menores, Mantega afirmou que haverá redução do custo financeiro das operações relacionadas aos consumidores, mas não se manifestou sobre a Selic, atualmente em 11% ao ano. Na última quinta-feira, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Vasconcelos, afirmou que "se for necessário, vai haver aumento da taxa de juro. Não sei quando", referindo-se à eventualidade de o nível de atividade ficar muito aquecido e, em algum momento do futuro, aumentar bastante as pressões sobre a inflação.

O ministro da Fazenda, contudo, foi realista e manifestou que a renda per capita do Brasil precisa avançar para que o padrão de vida da população melhore e fique perto do que é registrado pelos países mais ricos do mundo. "Mas já estamos melhorando bem", comentou.


Comércio faz esforço para consumidor limpar nome, mas calote continua alto

 


Com um quarto da renda das famílias comprometido, cresce a renegociação; este ano, 3,9 milhões já deixaram lista de inadimplentes


Márcia De Chiara, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Bancos e lojas fazem um esforço inédito para renegociar dívidas de inadimplentes, os juros básicos do País estão no menor nível da história e parte dos brasileiros troca dívida cara por barata. Mesmo assim, a expectativa é de crescimento moderado de vendas para este fim de ano. As projeções de entidades representativas do varejo apontam para uma alta entre 2% e 5% no faturamento neste Natal em relação ao de 2011.


Surge uma nova classe média global

Segundo estudo, quase 3 bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial, devem deixar a pobreza, principalmente nos países emergentes.


Fernando Dantas, de O Estado de S.Paulo
RIO - Um total de quase 3 bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial, ascenderá à classe média até 2050, e elas virão quase exclusivamente dos atuais mercados emergentes. Dessa forma, o consumo dos países emergentes pode saltar de um terço do consumo global para dois terços até 2050. A classe média no estudo é definida como famílias com ganhos anuais entre US$ 3 mil e US$ 15 mil, com US$ 5 mil sendo o divisor entre as classes médias baixa e alta.
Essas projeções estão no relatório "Consumidor em 2050/A alta da classe média dos mercados emergentes", um minucioso estudo sobre os padrões de consumo das massas que estão enriquecendo em países como China, Índia, Filipinas, Peru e México realizado pelo departamento de pesquisa global do HSBC, e divulgado em outubro. O Brasil também aparece no relatório, mas com previsões que não são das mais brilhantes.
Segundo o HSBC, à medida que a renda cresce, a comida e outros produtos básicos param de consumir a maior parte do salário e há mais dinheiro para as coisas "divertidas" da vida. O estudo mostra que as chamadas despesas discricionárias, que são as menos ligadas às necessidades básicas de sobrevivência, sobem de aproximadamente um terço para 60% do consumo total, quando os salários sobem de US$ 1 mil por ano para algo em torno de US$ 15 mil.
O gasto com comida, que é de 43% para rendas anuais de até US$ 1 mil, caem para 10,6%, para ganhos por ano de US$ 15 mil ou mais. Já os restaurantes e hotéis, que respondem por apenas 2,9% na faixa de renda mais baixa, sobem para 8,3% na mais alta.
Um dos países que deve ter um dos crescimentos mais fenomenais de consumo até 2050, pela combinação de expansão econômica, estrutura etária (população jovem) e crescimento populacional, são as Filipinas. Segundo o relatório, o crescimento em restaurantes, recreação e cuidados pessoais deve ser multiplicado por 25.
Consumo. Já a demanda por roupas, que hoje deriva em 65% dos mercados desenvolvidos, e 35% dos países emergentes, deve ter uma reviravolta, como em muitos outros itens de consumo. Em 2050, segundo a previsão do HSBC, 57% da demanda por roupas virá dos mercados emergentes, e a parcela dos mercados ricos cairá para 43%.
Em termos de aparelhos portáteis de alta tecnologia, os mercados emergentes respondem por apenas 24%, e os ricos, por 76%. Em 2050, 55% da demanda virá dos emergentes, e apenas 45% dos desenvolvidos. O padrão se repete com os serviços financeiros, até de forma mais extrema. A parcela dos ricos vai recuar de 82% para 44% entre 2010 e 2050, enquanto a dos emergentes subirá de 18% para 56%.
A revolução de consumo dos emergentes atingirá as mais diversas áreas, como o turismo. Em 2011, 60 milhões de chineses viajaram ao exterior, número que deve subir para 130 milhões em 2015 e 200 milhões em 2020. Este último número é igual a três vezes o atual fluxo de turistas americanos para o exterior.
O estudo mostra ainda o grande espaço para o crescimento do turismo ao exterior das nações emergentes. Enquanto 20% da população americana, 34% da francesa e 13% da japonesa viajam anualmente para fora, na China o porcentual corresponde a apenas 4,3%, e é ainda mais baixo em países como o Brasil, com 2,7%, e a Índia, com 1,2%.
O trabalho mostra ainda que a renda dos trabalhadores emergentes vai crescer velozmente até 2050. No caso dos chineses, o salto será de sete vezes, com a renda individual anual per capita aumentando de US$ 2,5 mil para US$ 18 mil. Como nota o estudo, "com uma população de 1,4 bilhão de pessoas hoje, isto é muita gente se tornando mais rica".
Já a renda da população da Índia (que atingirá 1,6 bilhão de pessoas em 2050) será seis vezes maior que a atual. As Filipinas, cuja população será o dobro da alemã em 2050, vão ter um aumento de renda de nove vezes. Entres os países latino-americanos, um dos maiores destaques do relatório é o Peru, que é considerado uma "estrela". O aumento médio da renda peruana projetado até 2050 é de quase 5% ao ano, comparado com menos de 3% para o Brasil.
Renda. O Brasil, aliás, não aparece muito bem no relatório. A previsão de renda per capita brasileira em 2050 é de US$ 13.547, inferior a de países como México (US$ 21.793), Turquia (US$ 22.630), Argentina (US$ 29 mil), Malásia (US$ 29.247), Chile (US$ 29.523) e até de países como Peru (US$ 18.940), Líbia (US$ 26.182), República Dominicana (US$ 16.406) e El Salvador (US$ 13.729).
Na verdade, o que conta muito contra o Brasil, por ser um dado importante na metodologia do estudo, é a demografia. Segundo o relatório, entre todos os emergentes, o Brasil terá a pior deterioração demográfica entre 2010 e 2050, com uma alta da idade mediana de 29 para 45 anos.
Segundo o trabalho, "os indivíduos tendem a fazer a maior parte do seu consumo durante seu tempo de vida entre as idades de 16 e 40 anos - o período quando os níveis de renda sobem, as casas e as famílias estão sendo construídas, e antes que os consumidores comecem realmente a poupar para a aposentadoria".
As Filipinas, novamente, apresentam a melhor demografia. A idade mediana do país é de apenas 22 anos, e em 2050 será de 32. A pior demografia está no Japão. Em 2050, quase 25% dos japoneses terão mais de 75 anos. Segundo estimativa da fabricante Fujitsu, já neste ano o consumo de fraldas geriátricas no Japão deve ser maior que o de fraldas de bebês.

Governo monitora escassez de combustíveis em alguns Estados

Expectativa é de que os problemas sejam resolvidos nos próximos dias; falta ocorre sobretudo no Amapá e no Rio Grande do Sul


BRASÍLIA - O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informaram nesta tarde que estão monitorando os casos de escassez de combustíveis em alguns Estados do País, principalmente no Amapá e no Rio Grande do Sul. A expectativa do governo é de que os problemas sejam resolvidos nos próximos dias.
De acordo com nota enviada pelo órgão regulador, a dificuldade de abastecimento no Amapá ocorre no suprimento de biodiesel e etanol anidro que são usados na mistura do diesel e da gasolina. "Com o aumento da demanda nacional de combustíveis, há dificuldades para a contratação de caminhões para realizar a operação de transferência de biocombustíveis das unidades produtoras para a base de Belém, que atende o Estado", informou a ANP.
Procurada pela Agência Estado, a BR distribuidora disse esperar que a comercialização dos combustíveis no Amapá seja normalizada até o começo da próxima semana. Uma balsa com 1,5 milhão de litros de gasolina e diesel já teria desembarcado em Macapá ontem, e outras duas embarcações - uma da própria BR e outra da Ipiranga - devem aportar no local neste fim de semana.
No caso gaúcho, a Petrobrás informou que a melhora nas condições climáticas da região do terminal marítimo de Tramandaí permitiu que navios de petróleo descarregassem a matéria-prima na última quarta-feira. Com isso, a companhia espera que a Refinaria Alberto Parqualini (Refap) volte a produzir derivados regularmente nos próximos dias.

Fonte:http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,governo-monitora-escassez-de-combustiveis-em-alguns-estados-,131536,0.htm


Nova fábrica da BMW será no município de Araquari (SC)

Informação é do governo de Santa Catarina; investimento será de cerca de R$ 1 bilhão

Suzana Inhesta e Nalu Fernandes, da Agência Estado
SÃO PAULO - O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, disse, em nota disponível no site do governo do Estado, que a alemã BMW escolheu Santa Catarina para suas novas instalações no País. O município escolhido seria Araquari, no norte do Estado, com investimentos de cerca R$ 1 bilhão. Colombo, no comunicado, diz que vai apresentar o projeto de instalação da nova unidade da montadora alemã à presidente Dilma Rousseff, na próxima segunda-feira, 22, às 15 horas.

Nesta sexta-feira, a BMW, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que seu presidente no Brasil, Henning Dornbusch, também vai se encontrar com Dilma na própria segunda-feira para formalizar a instalação da fábrica no País e anunciar o local. A BMW pretendia fabricar veículos no Brasil há um bom tempo - intenção que foi reforçada após a regulamentação do novo regime automotivo (Inovar-Auto), que passará a valer a partir de 2013. A empresa ainda não confirmou o local da instalação de sua sede, se em Santa Catarina ou em São Paulo. Procurados pela Agência Estado para confirmar a escolha do Sul, porta-vozes da BMW não foram encontrados.
"É uma grande conquista para Santa Catarina. Toda vez que uma indústria desse porte se instala, outras nascem ao entorno dela, gerando emprego e renda. Assim, a economia como um todo se desenvolve muito e com competitividade", diz Colombo, na nota, ressaltando que o lançamento oficial do projeto de instalação será na quarta-feira (24), em Florianópolis. Apenas com a primeira etapa, deverão ser gerados 1,5 mil empregos diretos.
No mesmo dia do encontro com Dilma, Colombo também terá uma reunião com o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.


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